OS QUATRO CAVALEIROS
são meus
os quatro cavaleiros
de apocalípticas falas
herdeiros medievais
de lanças e medalhas
em nossa camelot
derramam versos
sobre taças
e a água apaziguam
nas garrafas
tudo se aquieta
quanto os poetas falam
emudeço
donzela única
entre os quatro mosqueteiros
que conheço
por ser única
amo d’artagnan
athos
aramis
portus
para além das torres
jardins
estrebarias
para além de todos os meus votos
entrego-me senhores
às vossas graças
e favores
deleito-me com as risadas
à menção de primas e cunhadas
sei que uma dama
deve ouvir meias palavras
não há começo sem perigo
todo cavaleiro sabe disso
mas eles guardam minha porta
e quando falo
aguçam seus sentidos
estremeço
seduzida dentro do vestido
verso após verso
palavra após palavra
sou os quatro
que venha o apocalipse
estou salva.
Belo Horizonte - 25/09/2003
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